Primeiramente quero lhe dizer algo que provavelmente você já sabe: você não está sozinha(o) nessa, na busca por como sair do vermelho.

Segundo o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), em setembro de 2018 o Brasil possuía mais de 62 milhões de pessoas endividadas (com contas atrasadas), equivalente a 41% da população adulta (eu mesmo estava nessa situação por causa de um boleto que pensei que tinha pago e não paguei).

E para desmentir um pensamento comum, de que apenas os mais pobres têm dívidas, vale mencionar que mais de 70% das famílias com renda superior a R$ 9.540,00 (10 salários mínimos) estavam (e ainda devem estar) devendo no cartão de crédito.

Com isso, se você olhar para sua família, para todos os seus primos, independente se fazem bastante ou pouco dinheiro no mês, é bem provável que 7 em cada 10 estejam com dívidas no cartão de crédito (espero que você não seja um deles).

Observação: não quero que você comece a fazer julgamentos, pensando nos seus primos e buscando identificar quem está no vermelho e quem não está.

Não, não faça isso agora…kkkkkkk

Ok, já conseguiu encontrar os outros 2 (um é você, certo?) que estão sem dívidas? Agora vamos continuar…

Portanto, não importa o gênero, a classe social ou a renda familiar, o fato é que no Brasil a população sabe se endividar e, seja por desespero ou por necessidade, a maioria das pessoas quer saber como sair do vermelho.

Então, se você é uma dessas que quer saber qual o caminho para acabar com as dívidas, você está lendo o texto certo.

Só esclareço uma coisa, nesse post você encontrará um caminho NADA comum, que você nunca leu em outro artigo, sobre como sair do vermelho.

Não vou ficar dando dicas do tipo “pague as dívidas com juros maiores” ou “corte despesas desnecessárias” ou “venda o que for necessário para fazer dinheiro”. Vou lhe conduzir a entender a raiz do problema e a garantir que você saiba como sair dessa condição sempre que necessário (espero que seja só dessa vez).

E quanto mais você ler esse post mais você se libertará da preocupação das dívidas e se direcionará para ter uma vida próspera, abundante e equilibrada.

A desordem é uma tendência natural

A desordem é uma tendência natural, e pode dificultar você encontrar como sair do vermelho.

Isso mesmo, a desordem é uma tendência natural.

De acordo com a segunda lei da termodinâmica (nem preciso falar qual é, você já deve ter lembrado lá do ensino médio, certo?), “a quantidade de entropia (grau de desordem das partículas de um sistema físico) de qualquer sistema isolado termodinamicamente tende a incrementar-se (ou seja, tende a aumentar) com o tempo, até alcançar um valor máximo.

Traduzindo, essa lei refere-se à tendência irritante da vida em nos apresentar problemas e fazer as coisas serem difíceis. Problemas parecem surgir naturalmente por sua própria vontade, enquanto soluções sempre exigem nossa atenção, energia e esforço.

Parece que a vida nunca age à nosso favor, não é?!

Quer um exemplo para entender um pouco melhor essa questão de entropia? Eu ouvi você dizendo que sim, então aqui vai…

Imagine que você comprou um quebra-cabeça de 1.000 peças para montar com a família e o colocou em cima da mesa, dentro da caixa. Em teoria, é possível que na hora que você despeje-o na mesa todas as peças se encaixem perfeitamente e todo o quebra-cabeça seja montado sem qualquer esforço. Mas na realidade isso nunca acontece.

Por quê? Muito simples, porque as chances são infinitamente maiores de que isso não ocorra.

Todas as 1.000 peças teriam que cair exatamente no lugar certo, encaixadas, para que o quebra-cabeça ficasse completo. Existe APENAS 1 possibilidade de isso acontecer, concorda? Porém, para que isso não aconteça existe uma infinidade de alternativas.

Matematicamente falando, um resultado ordenado (o quebra-cabeça ser montado ao despejar as peças na mesa) é incrivelmente improvável de acontecer de forma aleatória.

Isso ilustra bem o conceito de entropia, pois sempre existirão mais possibilidades de desordem do que de ordem. Ou seja, a entropia sempre aumenta ao longo do tempo.

O que entropia tem a ver com dinheiro?

Entropia, desordem, como sair do vermelho torna-se difícil.

Muito simples, se a tendência natural da vida é aumentar o grau de desordem, então, é muito mais provável que entremos no vermelho do que fiquemos no azul, certo?

Pense só em quantas possibilidades existem para você se endividar e o quão fácil é de chegar nessa condição. Você basicamente precisa sair comprando tudo o que tem vontade, fazendo tudo o que quer sem controlar seu dinheiro.

No entanto, para não entrar no vermelho parece que existe apenas um caminho: acompanhar seus ganhos, controlar seus gastos, segurar seus impulsos, planejar, etc.

Numa análise fria, “querendo evitar a fadiga” (como diria o Jaiminho do Chaves), é mais fácil deixarmos a vida nos levar, usarmos o dinheiro como bem quisermos e nem pensar em como sair do vermelho, faz sentido? Nem pensarmos em acompanhar, controlar e/ou poupar dinheiro.

“Um dia vou morrer mesmo, pra que então ficar me preocupando em controlar meu dinheiro?”

Deixa a vida me levar

Ter dívidas pode piorar a qualidade da nossa vida.

Ok, então vamos supor que você realmente siga esse estilo do “deixa a vida me levar”, como fica seus pensamentos quando sabe que está devendo para alguém? Mesmo que seja para o banco.

Consegue dormir tranquila(o) de noite?

Pessoas honestas dificilmente conseguem ter sossego quando sabem que estão no vermelho. Começam a se preocupar excessivamente com a solução de qualquer pendência, procurando desesperadamente por alternativas para sair dessa condição.

Isso geralmente gera brigas em casa, noites mal dormidas, ansiedade, cansaço, stress, podendo levar à depressão (quando demora para ser resolvido o problema) e, em últimos casos, à morte.

Não, não estou exagerando. Segundo um estudo do Centro de Prevenção de Doenças (CDC), um órgão do governo do Estados Unidos, ter problemas financeiros é a principal causa de suicídio entre as mais de 40 mil pessoas que tiram a própria vida anualmente no país.

Então, qual caminho faz mais sentido de seguir pensando no resultado à longo prazo: a estrada da desordem, do “deixa a vida me levar”, ou da ordem?

Quer passar a vida tentando descobrir como sair do vermelho ou prefere despender um pouco de energia diariamente e poder viver a vida sempre com sua conta no positivo, podendo colocar a cabeça no travesseiro com tranquilidade?

A escolha sempre foi sua.

Pelo universo caminhar naturalmente para a desordem, para o caos, você terá que utilizar energia para criar estabilidade, estrutura e colher resultados positivos.

Relacionamentos saudáveis requerem cuidado e atenção. Casas bem cuidadas requerem limpeza e manutenção. Times bem sucedidos requerem comunicação e colaboração. Se manter no azul, ou enriquecer, exige cuidado e disciplina. Sem esforço as coisas decaem.

Essa compreensão – que o caos tem uma tendência natural de aumentar ao longo do tempo e que nós podemos contra-atacar essa tendência despendendo energia – revela o propósito principal da vida. Devemos nos esforçar para criar formas simples de ordem que sejam resilientes o suficiente para resistir à implacável atração da entropia.

“Ok, mas então como sair do vermelho?”

Já que insiste, vamos aos aspectos práticos dessa questão.

Como sair do vermelho, definitivamente, em 5 passos

1) Saiba sua situação real em todos os sentidos

Para isso responda as seguintes perguntas:

Importante: quanto mais você se dedicar a responder essas questões, e mais sincera(o) for consigo mesma(o), mais rápido sairá dessa condição de devedor(a).

  • Quanto você está devendo?
  • Para quem?
  • Desde quando?
  • O que fez você chegar nessa condição?
  • Você se colocou nessa situação sozinha(o)?
  • Como você se sente por estar nessa situação?
  • Como você está se julgando por estar no vermelho?
  • Quem mais pode ser afetado(a) por você estar no vermelho?
  • O que faz você ainda não ter saído dessa situação?
  • Como você pode se manter nessa situação?
  • Já esteve devendo outras vezes e conseguiu pagar tudo?

Como já dizia o grande psicólogo Carl Jung, o primeiro passo para a mudança é aceitar sua situação atual.

2) Defina quando quer sair do vermelho, sendo realista

Conhecendo sua situação, fica muito mais simples de você encontrar um caminho para sair dela.

E para começarmos a encontrá-lo, lhe convido a responder mais algumas perguntas que começarão a lhe apontar um norte.

  • Até quando você quer ficar no vermelho?
  • Como você vai fazer sobrar dinheiro para poder pagar as dívidas? Existe mais de uma maneira para isso?
  • Essa(s) possibilidade(s) de sair do vermelho depende(m) só de você? (é importante que sim, pois isso deixa muito mais fácil de ser resolvido)
  • Quem pode lhe ajudar a sair disso, mesmo que seja dando apoio?
  • Que recursos/habilidades você possui hoje que irão lhe ajudar a sair disso?
  • Quem você vai pagar primeiro?
  • Qual o primeiro passo para você pagar essa pessoa/empresa?
  • Quando você dará esse passo?

Após escrever suas respostas, sente-se mais confiante para dar a volta por cima? Ouvi você dizendo que sim 😀

Maravilha, não esperava menos que isso de você.

Então vamos em frente…

3) Crie formas resilientes de se manter no caminho desejado

Como eu escrevi em alguma parte do texto aqui em cima, “devemos nos esforçar para criar formas simples de ordem que sejam resilientes o suficiente para resistir à implacável atração da entropia.” Caso não façamos isso, rapidamente retornaremos à essa condição atual de “estar no vermelho”, e imagino que não é isso o que você quer, certo?

No livro “Desperte seu gigante interior”, Tony Robbins comenta sobre o maior problema de não conseguirmos manter bons hábitos, o fato de geralmente termos poucos caminhos que nos estimulam a fazê-los e muitos que nos fazem desistir deles.

Essa mesma linha de raciocínio é seguida por James Clear nos posts que faz em seu blog. Num exemplo que ele mesmo dá em um de seus textos, comenta o quanto as pessoas dificultam a prática de exercícios, mesmo que saibam o quanto isso faz bem para a saúde.

Como ele diz, quando as pessoas pensam em ir para a academia, por exemplo, elas traçam uma linha de pensamento dentro da sua cabeça que desestimularia qualquer um. Mais ou menos assim: para ir para a academia as 19h eu preciso sair do trabalho no máximo as 18h, isso se não estiver chovendo (se estiver chovendo tenho que sair 17h40 – impossível); para isso eu tenho que cumprir todas as tarefas que aquele chato do meu chefe vai me passar; “tomara que ele não me venha com uma urgência quando eu estiver saindo”; vou ter que desligar meu computador; descer os 8 andares de elevador, “provavelmente terei que esperar porque esse horário sempre está cheio”; vou até o carro, abro a porta e ligo o motor; saio da garagem as 18h15 (se sair depois nem adianta eu correr porque vou me atrasar para a academia) e vou para casa trocar de roupa; “putz, esse horário o trânsito é intenso e com certeza vou ficar presa(o) num engarrafamento”; tenho que estar em casa as 18h40 para chegar na academia as 19h, se chegar mais tarde nem vou porque depois das 19h os aparelhos ficam todos lotados; chegando em casa eu tenho que escolher a roupa que vou usar, “tomara que aquela minha camiseta esteja lavada e passada”; comer alguma coisa; entrar no carro novamente; dirigir até a academia; estacionar o carro, “lá é sempre um saco de encontrar vaga”; e ir fazer meus exercícios.

UFA! Respira!

É mais ou menos assim ou não!? Tudo isso passa pela cabeça em menos de um minuto. Agora perceba o tanto de pequenas coisas que são necessárias para, APENAS, ir para a academia.

Veja quantas possibilidades existem de algo dar errado (chover, não conseguir sair as 18h, o chefe trazer trabalho, ter que esperar muito pelo elevador, pegar muito trânsito, demorar para escolher a roupa e o que comer, não encontrar vaga, etc.). Só de pensar em tudo isso, em quanta coisa tem pra fazer, muitas pessoas já desistem de fazer o que querem.

Como ficaria se esse mesmo exemplo fosse organizado assim: logo de manhã sua agenda do celular lhe lembra que hoje é dia de academia (você programou ela para isso); antes de sair para o trabalho você já separa a roupa de exercício e seu lanche pré-treino (isso já evita de você ter que vir em casa antes da academia e lhe dá 20 minutos de margem); na hora de sair da empresa, desce pela escada para não ter que esperar o elevador (aqui você já economiza, em alguns casos, mais 5 minutos); você sai do trabalho as 18h10 e mesmo que esteja chovendo você chegará na hora; caso não esteja chovendo, terá tempo de sobra para encontrar uma vaga, mesmo que longe, pois chegará na academia ali por 18h40.

Claro que é um exemplo hipotético, mas você percebe como é possível criar mecanismos que facilitam nossas vidas para manter os hábitos saudáveis que queremos?

No caso de como sair do vermelho, provavelmente uma das coisas que você terá que fazer é controlar mais de perto seu dinheiro para conseguir gerenciá-lo melhor e evitar cair nessa situação novamente, concorda?

Sabendo disso, ao invés de fazer esse controle numa tabela que sempre fica guardada dentro da gaveta de um armário de roupas lá no porão da casa dos seus pais, ou naquela planilha que você tem no computador, mas que nunca sabe em que pasta está, comece a deixar isso mais simples: coloque essa mesma planilha no seu Google Drive, por exemplo, e deixe um atalho na tela inicial do seu celular. Ou ainda, instale um aplicativo que faça esse controle e que você só tenha que analisar as informações.

E mais, defina um dia e um horário da semana para você dedicar 30 minutos para olhar para seu dinheiro, e coloque um alarme no seu celular para ele lhe avisar desse seu “compromisso” no dia e horário definido.

Se você for menos tecnológica(o), compre uma agenda e uma caneta e deixe ela sempre perto de você. Quando receber ou gastar algum dinheiro, anote nela imediatamente, colocando no dia que isso ocorreu e referente à que foi (vendas, mercado, combustível, etc.).

Torne o caminho para sair das dívidas o mais simples possível utilizando tudo o que você tem disponível para ajudá-la(o) nessa missão.

Garanto que você se sairá bem.

4) Dificulte entrar no vermelho de novo

Pois bem, você facilitou o caminho para sair do vermelho, agora é hora de dificultar a volta para essa condição.

Vou dar algumas sugestões, mas fique à vontade para criar outras possibilidades que possam lhe ajudar.

Tomando como base que 7 em cada 10 brasileiros estão devendo no cartão de crédito, uma excelente alternativa para dificultar essa situação é cancelar todos os cartões até quitar todas as dívidas.

Depois que isso estiver resolvido, tenha apenas 1 cartão (hoje é importante para conseguir comprar online) e deixe ele sempre guardado em casa, na última gaveta do seu armário, atrás das roupas, dentro de uma caixa com cadeado.

Assim, você só vai usá-lo quando realmente precisar.

Outra sugestão: estabeleça um valor mensal máximo para você usar com o que consome mais dinheiro “desnecessariamente” da sua família. Deixe essa quantia (em notas de verdade) num pote bem visível na sua casa e só use o que estiver nele. Quando for sair para “gastar”, leve apenas o dinheiro que está no pote, ou parte dele, e deixe todos os cartões em casa.

Essa metodologia completa de divisão em potes, com a definição de quanto usar em cada área da sua vida, e que definitivamente pode fazer você enriquecer, pode ser encontrada em detalhes clicando nesse link.

Dessa forma você começará a se controlar e a escolher melhor no que usar seu dinheiro.

O que mais você faria para dificultar o caminho para entrar no vermelho novamente?

5) Comemore suas conquistas

O que você fará quando quitar as dívidas?

Defina algo que realmente lhe deixe feliz e lhe estimule a cumprir com esse seu objetivo. Só não vá escolher algo que fará você se endividar novamente, ok?

Pode ser uma comemoração particular sua, tipo uma dança da vitória, que faça você se sentir bem. Pode ser dar um grito. Pode ser dar uns tapas nas suas costas dizendo “sabia que você seria capaz disso”. Pode ser um piquinique no parque com a família. Pode ser ir num cinema. Pode ser compartilhar sua história comigo. Enfim, pode ser o que você quiser.

Seja criativa(o), escreva o que você fará e deixe em lugar visível, para que esteja em constante contato com isso.

Essa comemoração é fundamental para dizer para você mesma(o) que é capaz, para marcar sua conquista e lhe tirar todo o peso das preocupações que carregou durante tanto tempo.

Mas lembre-se, só comemore após ter cumprido seu(s) objetivo(s), mesmo que ele seja “pagar R$ 100,00 por mês da dívida que tenho com ‘fulano de tal’”. Sempre que conseguir pagar os R$ 100,00 comemore.

Resumo

Sair do vermelho exige esforço, disciplina e criatividade.

De uma maneira geral, agora você já sabe que a tendência natural das nossas finanças é de desordem, ou seja, de ficarem bagunçadas e favorecerem a nossa entrada no vermelho.

No entanto, você pode combater esse caminho com um pouco de energia, disciplina e criatividade. Para isso, basta seguir os 5 passos mencionados aqui acima por mim, sendo eles:

  1. Saiba sua situação real em todos os sentidos;
  2. Defina quando quer sair do vermelho, sendo realista;
  3. Crie formas resilientes de se manter no caminho desejado;
  4. Dificulte entrar no vermelho de novo;
  5. Comemore suas conquistas.

Dessa forma, seguindo essa “receita de bolo”, como sair do vermelho não será mais um problema para você, será seu único caminho possível.

Com um pouco de calma, criatividade, esforço e disciplina você com certeza sairá dessa para nunca mais voltar.

Então, qual é seu plano para dar a volta por cima?

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